10 março 2015

Resenha: Legend – A Verdade Se Tornará Lenda




Título Original: Legend
Gênero: Distopia
Autor: Marie Lu
Ano: 2011
Editora: Rocco

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Nota pessoal: 5/5  

Citação favorita: "Porque cada dia significa novas 24 horas. Cada dia quer dizer que tudo é possível de novo. Você pode aproveitar cada instante, pode morrer num instante, e tudo se resume a um dia após o outro."

Personagem Favorito: Day. A força que ele tem (física e mental), a inteligência, a lealdade à quem ele é e o seu amor pela família são impressionantes. Ele pode ser um garoto de origem pobre, que não teve bons estudos e nem oportunidades, mas não deixa isso impedi-lo de ser brilhante! E sua personalidade forte é outro traço que gosto muito nele.



Crítica:


Uma Los Angeles futurista. Dois adolescentes incomuns. Ela, uma prodígio militar adorada por todos. Ele, o criminoso mais procurado da República. Dois diferentes mundos que irão colidir.


De acordo com o dicionário, o gênero literário "distopia" pode ser classificado como um pensamento filosófico que caracteriza uma sociedade imaginária controlada pelo Estado ou por outros meios extremos de opressão, criando condições de vida insuportáveis aos indivíduos. Normalmente tem como base a realidade da sociedade atual idealizada em condições extremas no futuro. 

E foi nesse tipo de mundo em que entrei ao começar a ler "Legend".

Depois de uma fase de romances, resolvi mudar para um gênero completamente diferente, que é o Distópico. Com romances, amizades e outras coisas menos significantes ficando em segundo plano, em "Legend", o foco principal é a sociedade e seus problemas. O assunto, infelizmente, não poderia combinar mais com o momento em que atravessamos em nosso país. Mais uma vez, a vida insiste em imitar a arte...

Você pode conferir aqui as minhas primeiras impressões sobre o livro e aqui os quotes mais marcantes.



O ano é 2130 e o enredo se passa no que um dia foi os Estados Unidos da América. Após uma série de enchentes que devastaram a costa oeste dos EUA, as quais causaram grandes conflitos entre os dois lados (Leste e Oeste), o país que conhecemos hoje deixou de existir e transformou-se em dois países distintos: A República Ocidental da América e as Colônias Orientais da América. E é no primeiro onde as histórias de June e Day se passam e se cruzam.

A República é uma nação majoritária, onde o poder está concentrado nas mãos dos militares. Com o poder soberano em suas mãos, o "primeiro eleitor", é o homem que detém as principais decisões à respeito do país e o leva, junto ao senado, com mãos de ferro. Tudo isso, é claro, em nome de uma suposta proteção à prováveis invasões e confrontos contra as Colônias, principal rival da República, e com a qual vive uma eterna guerra por território. June e Day, cada um de sua maneira, sabem bem como essa proteção custa caro.


Aos 10 anos de idade, todas as crianças da República são obrigadas a passar por um teste, tanto físico quanto mental, cuja pontuação máxima, de 1.500, nunca foi alcançada antes. Bem, pelo menos até June Iparis atingir esse score. No teste, a única maneira de ter-se uma vida boa é atingindo uma alta pontuação e assim ser designado a cargos importantes. Aos que falham, o destino é cruel. E é isso que Day tem de enfrentar. 5 anos após o momento que definiu suas vidas, June e Day não poderiam estar em ladas mais opostos. Ela, a prodígio militar que aos 15 anos já está na faculdade e se tornará a cadete mais jovem da história. De família rica, June sabe da sua importância para o país e orgulha-se do seu status. Como perdeu seus pais ainda muito nova, tem em seu irmão, Metias, seu tutor, melhor amigo e porto seguro.

Ele, também com 15 anos, o criminoso mais procurado pela República. Vive nas favelas de Los Angeles, um dos setores mais pobres do país, onde se esconde nas sombras da cidade. Aparentemente morto, tanto para sua família quanto até então para o governo, Day tem saqueado suprimentos dos militares, sabotado seus caças e aprontado muitas outras coisas, tudo isso sem ter sua verdadeira identidade revelada. O que fez sua captura tornar-se prioridade máxima para o governo. Mas suas intenções não são lá tão ruins. Day faz de tudo para ajudar secretamente sua família e mante-la segura, já que uma grande onda de pragas tem assolado o país, atingindo com força total aos pobres, que não tem acesso às vacinas destinadas aos membros da elite. Juntamente com Tess, sua grande amiga e companheira, ele faz todo o possível para salvar e proteger aqueles que ama.


O destino dos dois jovens se cruzam quando Day precisa correr contra o tempo para salvar a vida de sua família e precisa pegar a cura imediatamente e para isso, precisa botar um plano arriscado em ação. Ele só não esperava que Metias, irmão de June, estivesse no caminho. Quando Metias é assassinado e o principal suspeito é Day, June parte numa busca desenfreada para capturar o assassino de seu irmão, custe o que custar. Devastada com a perda e sem ter mais nada que a prenda a sua vida, June vai arriscar tudo para vingar a morte de seu irmão, nem que para isso bote em risco sua própria vida. E é nesse cenário que os caminhos de June e Day se encontram. E na busca por aquilo que desejam, os dois descobrem a verdade sobre o que os uniu e uma série de segredos obscuros sobre o governo começam a vir à tona.


“Vou perseguir você até o inferno. Vou vasculhar as ruas de Los Angeles à sua procura. Se preciso, vou procurar em todas as ruas da República. Vou enganar você, usar truques, mentir, fraudar, roubar para encontrar você, atraí-lo para que saia de seu esconderijo, e persegui-lo até você não ter mais por onde fugir. Estou fazendo um juramento: Sua vida é minha.” 

Esse livro foi uma grande e grata surpresa para mim. Sou fã do gênero, como já bem disse, mas sempre que inicio uma nova história distópica, me sinto com um pé atrás, pois muitas vezes os autores caem no erro de priorizar romances ou a vida pessoal dos personagens ao invés da sociedade e das dificuldades que ela passa. Porém, Marie Lu manteve-se fiel ao gênero e escreveu com grande maestria. O cenário, o cotexto geográfico e histórico, os personagens, tudo foi criado de forma harmoniosa e singular. "Legend" é uma distopia diferente das demais e ganha pontos justamente por isso. No meio de tantas "cópias baratas", o livro ganha muitos pontos por sua originalidade. As "pontas soltas" que vão sendo deixadas no decorrer da narrativa são sempre retomadas em algum ponto, para que a história não perca seu sentido e rumo.


Acho muito importante o papel que histórias como essa podem exercer sobre nós, hoje. Por mais que sejam ficção, elas servem como um alerta ao que vivemos nos dias atuais e uma prévia do que pode acontecer caso percamos o fio da meada. Daí, a importância delas e de seu total intendimento por parte dos leitores. Mais do que simples histórias, nós podemos e devemos enxergar nelas lições para empregarmos hoje, na nossa sociedade, afim de que erros cometidos por eles não sejam repetidos por nós.

Sobre a diagramação e capa, não há muito o que falar, pois os dois foram muito bem executados, afinal, basta ver "Legend" em qualquer prateleira de livraria para querer compra-lo. Que capa linda! O conteúdo, sem divergir, segue o mesmo padrão. Ainda bem.


 Ande pelas ruas das partes mais pobres de Los Angeles com Day ou conheça tudo aquilo que ser a queridinha da República pode te proporcionar com June. Aventure-se por essa incrível história distópica e descubra que nem tudo o que parece ser, é, e que as vezes, a solução está em uma improvável união.


Curiosidades:


Marie Lu, autora da trilogia best seller "Legend", escreve romances jovens-adultos, e tem um amor especial por livros distópicos. Antes de se tornar uma escritora em tempo integral, era diretora de arte em uma empresa de jogos. É formada na Universidade do Sul da Califórnia, e atualmente vive em Los Angeles.

Comentários
2 Comentários

2 comentários:

  1. Oi Tatiane!!
    Nossa não tô me aguentando de curiosidade pra ler esse livro!!
    Vejo todo mundo falando super bem e talz.
    Confesso que no início o livro não chamou atenção mas por ver tantas pessoas falando bem despertou minha curiosidade ao extremo kkkkkkkkkkkkk
    Lógico que por ser uma distopia chama mais ainda minha atenção :D
    Fiquei mais curioso ainda com a sua resenha admito kkkkkkkk
    Beijos!!!

    http://livreirocultural.blogspot.com.br/

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    Respostas
    1. Oi Cláudio! Olha, você está perdendo tempo enquanto ainda não lê Legend! haha.
      O livro é realmente muito bom, com uma história bem original, animada e envolvente. Foi uma grata surpresa pra mim. Eu sou fã de distopias e acho que elas sempre tem algo bacana e novo para nos ensinar. Leia Legend assim que puder, e depois volta aqui pra me contar o que achou, combinado? haha. Bem vindo ao Literárias e volte sempre que desejar! Grande beijo ♥

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