09 janeiro 2014

Resenha: "O lado bom da vida"

1° livro de Matthew Quick

Título Original: Silver Linings Playbook
Gênero: Romance
Autor: Matthew Quick
Ano: 2013
Editora: Intríseca

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Nota pessoal: 5/5  

Citação favorita: " ... Estou praticando ser gentil em vez de ter razão".

Personagem Favorito: Pat Peoples. Não há como não se apaixonar por uma pessoa como ele. Sua vontade de viver e recuperar tudo o que perdeu nos contagia, e seu otimismo e vontade de ver o lado bom das coisas nos anima. Pat é aquele tipo de personagem que te conquista desde a 1° página e que te ensina a acreditar em finais felizes.

Crítica:  

"O lado bom da vida" vai te fazer acreditar que embora a vida não seja um filme, é possível ter um final feliz...

Não importa quantos livros você já tenha lido na vida, você sempre vai se deparar com livros que ainda te surpreendem e que te marcam de alguma forma. "O lado bom da vida" é um desses livros, aqueles que te fazem sorrir que nem um bobo, que te emocionam e mechem com você de tal maneira que mesmo depois de fechar o livro, aquela história permanece viva em sua mente.

Não gosto de ver filmes adaptados de livros antes de ler os mesmos pois acredito que isso de alguma forma pode "quebrar" o efeito que a leitura tem sobre mim, então tento ao máximo evitar. Contudo, toda regra tem sua exceção, e esse é o caso de "O lado bom da vida". Quando assisti ao filme, não tinha nenhum tipo de expectativa pois não conhecia direito do que se tratava. Sim, fui parar meio que de "paraquedas" na sessão de cinema e não poderia ter saído de lá mais satisfeita. Comprei o livro logo em seguida e essa foi uma das melhores coisas que eu fiz em 2013. 

O livro me surpreendeu bastante. Confesso que nas primeiras páginas o desenrolar da história é mais lento, o que não chega a seu um fato negativo, pois com isso cria-se o clima ideal para a história se desenvolver. A narração do livro é feita pelo próprio Pat, o que é ótimo, pois podemos conhece-lo profundamente, com todas suas alucinações, medos e devaneios. Para alguém que escrever seu 1° livro, Matthew Quick saiu-se brilhantemente bem, construindo personagens fortes e muito bem detalhados.

Na obra de Matthew conhecemos a história de Pat, um homem de 30 anos, que acaba de sair de uma clinica psiquiátrica, que tenta recuperar tudo o que perdeu - esposa, amigos e até sua memória - e luta para dar um final feliz a sua vida. Pat acredita que a vida é como um filme, onde sempre existe um "felizes para sempre", e é em busca disso que ele vai. 


Não quero ficar em um lugar ruim, em que ninguém acredita no lado bom das coisas, no amor ou em finais felizes.

Pat ficou no "lugar ruim" - modo como ele chama a clínica de recuperação - por um tempo em que não faz ideia e nem ao menos sabe o porquê de ter sido internado. A única coisa da qual se recorda é de que Nikki, sua amada esposa, quis que eles ficassem um tempo separados. Quando sai do "lugar ruim", ele decide recomeçar a sua vida reconquistando-a, para que o tempo separados acabe, e para que isso aconteça, decide fazer mudanças importantes a fim de Nikki nota-lo outra vez.

Ao voltar para casa entretanto, Pat percebe que ter sua vida de volta não será tão fácil assim. Seu pai, Patrick, o ignora completamente, o tempo separados parece não ter fim e ele ainda não sabe nada sobre o motivo que o levou à clínica. No meio disso tudo porém, Pat pode contar com o amor de sua mãe Jeanie, apoio de seu irmão, Jake e a compreensão e amizade de seu terapeuta, Dr. Cliff. 



Aos poucos, Pat vai retornando a uma vida "normal". Reaproximando-se do seu pai através de uma paixão em comum, os “Eagles” (time de futebol americano pelo qual seu pai, seu irmão e ele são apaixonados), criando uma amizade com seu terapeuta - que também é torcedor dos Eagles! haha - e reestreitando laços com antigos amigos e seu irmão, Pat se vê sendo recompensado pelo seu esforço. 


"Quem disse que você não pode ser feliz?"

Sempre se exercitando para recuperar sua forma física e assim reconquistar Nikki, Pat mantém viva a esperança de ter sua esposa de volta. Embora ele ainda não tenha tido nenhuma notícia dela e tudo sobre seu casamento tenha simplesmente "sumido", Pat se recusa a desanimar, porque ele está tentando ser uma pessoa boa e gentil, e o filme dele terá sim um final feliz, e o tempo separados uma hora chegará ao fim.

No meio disso está Tiffany. Tão problemática quanto ele e aparentemente maluca, ela o segue todos os dias em suas corridas matinais, e embora não fale quase nada, acaba se tornando uma companhia constante. Quando a história dos dois se cruza, um acaba ocupando uma parte importante na vida do outro e aos poucos Pat começa a recobrar sua saúde mental. Ele descobre que na verdade a vida não é um filme, mas que mesmo que o final não seja exatamente da maneira que se imagina, ainda pode ser um final feliz.

Matthew Quick construiu brilhantemente cada personagem, dando a história um destino muito bom. É muito interessante estar dentro da cabeça de Pat, uma pessoa mentalmente perturbada que tem que recomeçar a vida e ir em busca de seu "felizes para sempre". Ao fazer a leitura de "O lado bom da vida" você automaticamente se deixa envolver pelo otimismo dele, que mesmo quando tudo vai mal e parece que vai dar errado, mantém seu foco no lado bom que aquilo pode ter. Um dos melhores livros que eu li em 2013, "O lado bom da vida" é surpreendentemente marcante, e te faz olhar o mundo, a vida e as situações que passamos com outros olhos.

Como foi dito no início, o livro tem uma adaptação para o cinema de nome homônimo, estrelado por bradley cooper e jennifer lawrence. O filme foi um sucesso total, indicado ao Oscar em várias categorias e levando pra casa a estatueta de melhor atriz, concedida a Jennifer. Confira a seguir o trailer do filme:





 Curiosidades:

MATTHEW QUICK era professor na Filadélfia, mas decidiu largar tudo e, depois de conhecer a Amazônia peruana, viajar pela África Meridional, trilhar o caminho até o fundo nevado do Grand Canyon, reviu seus valores e, enfim, passou a dedicar todo seu tempo à escrita.
Ele, então, fez MFA em Creative Writing pelo Goddard College e voltou para a Filadélfia, onde mora com a esposa.
Quick é autor de três romances além de O lado bom da vida, e recebeu várias críticas elogiosas e importantes menções honrosas, entre as quais destaca-se a do PEN/Hemingway Award.














Comentários
4 Comentários

4 comentários:

  1. Olá Tatiane!
    Ganhei esse livro num sorteio, mas ainda não li, gostei muito de saber do otimismo e perserverança do Pat. Não sei o que eu tô esperando pra ler, acho que vou fazer isso logo pra poder ver o filme =)
    Beijos... Elis Culceag. * Arquivo Passional *

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    Respostas
    1. Oi Elis! Caramba, que máximo ter ganho ele num sorteio! haha. Super recomendo que você leia. É um livro bem leve, com uma leitura gostosa e engraçada. E as lições tiradas dele são maravilhosas. O filme também é muito bom! Depois que você tiver lido e visto o filme, vem aqui nos contar sua opinião, ta?
      Um beijo, Tati.

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  2. oi Tati,
    Terminei de ler esse livro ontem também! Vi tantas críticas negativas que fiquei até chateada, pois adorei o livro. Concordo com você que Pat é apaixonante, e o livro passa mensagens tão bonitas, com certeza me marcou!
    Adorei o seu jeito de resenhar, essa ficou maravilhosa!

    depoisdeumlivro.blogspot.com
    passa lá se você quiser dar uma olhada na minha resenha tb (:
    um beeijo

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    Respostas
    1. Oi Ju, tudo bom? Pois é, também não entendo essas críticas negativas sobre o livro, achei ele tão incrível... Um dos melhores que li em 2013.
      Que bom que você gostou! Fico muito feliz. Muitíssimo obrigada!
      Com certeza passarei lá pra dar uma olhada.
      Um beijo, Tati.

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