12 novembro 2014

Resenha: O Pequeno Príncipe

Título Original: Le Petit Prince
Gênero: Romance/Literatura Infanto-Juvenil
Autor: Antoine de Saint-Expéry
Ano: 2000
Editora: Agir

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Nota pessoal: 5/5  

Citação favorita: "Exatamente - disse a Raposa. - Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu também não tens necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo... ".

Personagem Favorito: O pequeno príncipe. Não há duvida alguma quanto a isso. Além de ser apaixonante, ele, que mesmo com sua fragilidade e ingenuidade mostra-se tão forte e sábio, nos ensina lições importantes pra vida toda. 



Crítica:  


Um principezinho, muitas aventuras e milhares de lições sobre a vida te aguardam nesta deliciosa viagem.

 

É extremamente curioso o modo como alguns livros tem a capacidade de te surpreender, e no caso de "O Pequeno Príncipe", para o lado positivo. É praticamente impossível que alguém que simpatiza com o universo literário nunca tenha ouvido falar sobre ele. Então, é claro, eu já ouvi muito sobre essa história e já me deparei com centenas de trechos famosos da mesmo, mas por incrível que pareça, nunca me interessei em lê-la. O por quê? Não faço ideia. Então, como ele veio parar em minha estante e mãos? O destino encarregou-se disso. Ganhei de presente de aniversário de uma grande amiga, que aliás, escreveu uma dedicatória em que dizia em outras palavras: "Estou te dando esse livro porque não acredito que você ainda não o leu. Você precisa fazer isso." Ela estava certa. Valeu amiga! E assim, finalmente, o principezinho entrou em minha vida. 




Um livro que aparentemente é destinado à crianças, e que de fato é pois encontra-se catalogado no gênero infanto-juvenil, não poderia ser mais adulto e maduro. Escrito por Antoine de Saint-Exupéry em 1943, o livro não poderia ser mais atual do que é. Eis uma das muitas qualidades desta obra: Ela é atemporal. Não importa se você a leu em 1943 ou se está lendo hoje. Toda a história, seus ensinamentos e suas reflexões se adaptam a qualquer tempo. E esta, senhores, é uma das principais características de um clássico literário. E clássicos, vocês sabem, são imortais.

Falando sobre a história em si, ao abrirmos a primeira página do livro, conhecemos um piloto de aeronaves, que quando criança sonhava em ser pintor, mas que teve seu sonho "abafado" pelos adultos, que com todas as suas preocupações adultas e seus assuntos sérios, menosprezavam e não entendiam seus desenhos. Em uma de suas muitas viagens em sua aeronave, o piloto viu-se que diante de uma pane no motor, e assim teve que fazer um pouso de emergência no inabitável deserto do Saara. E foi ali, no meio do deserto que o piloto conheceu o Principezinho. Vindo de um planeta muito distante, o asteroide B 612, ele tem viajado pelo universo, indo de mundo em mundo, até chegar à Terra, seu destino final. 



Desse primeiro encontro à diante, pouco a pouco o piloto vai conhecendo mais sobre a vida do principezinho, seu planeta de origem, seus anseios e sobre suas aventuras pelo universo. E quanto mais o piloto o conhece, mais percebe o quanto aquele pequeno príncipe, que com sua tão grande ingenuidade, conhece tanto sobre a vida. 


"Conheço um planeta em que há um sujeito vermelho, quase roxo. Nunca cheirou uma flor. Nunca olhou uma estrela. Nunca amou ninguém. Nunca fez outra coisa se não contas. E o dia todo repete, como tu: "Eu sou um homem sério! Eu sou um homem sério!" E isso o faz inchar-se de orgulho. Mas ele não é um homem, é um cogumelo!" Página 27


Em seu planeta de origem, que era muitíssimo pequenino, o pequeno príncipe tinha uma rotina diária. Tomava seu café da manhã, arrancava raízes de baobás (árvores de raízes muito profundas que se deixadas crescer rachariam o pequeno planeta ao meio), revolvia três vulcões, um extinto e dois em atividade, e cuidava de sua amada flor, que detinha um temperamento difícil e era cheia de vaidade. E foi exatamente essa flor, que diante da iminente partida do pequeno príncipe rumo a sua viagem, que nos ensina uma das grandes lições dessa obra.


 O pequeno príncipe continua a contar para o piloto sobre suas aventuras nos planetas por onde passou antes de chegar à Terra. No primeiro deles, vivia um Rei que achava que todos eram seus súditos. No segundo planeta deparou-se com um vaidoso, que em sua visão, acha que todos são seus admiradores e só os ouvia se dissessem elogios a ele. No terceiro planeta visitado encontrou um bêbado, que bebia sempre, em qualquer situação. No quarto planeta, conheceu um empresário, que vivia atolado em números, contando as estrelas. No quinto, conheceu um acendedor de lampião. No sexto, conheceu um velho geógrafo e em seu sexto planeta visitado, a Terra, antes de chegar ao piloto, conheceu uma serpente, uma flor e finalmente uma raposa, que lhe ensinou, e nos ensina também, o quão importante é cativarmos as coisas e sermos cativados, e que após isso, aquela coisa comum para muitos, para nós, será única em todo o universo. Em todas essas visitas por esses 6 planetas, aprendemos lições maravilhosas sobre a vida, nosso relacionamento com os outros, conosco e com nossa criança interior e com o mundo ao nosso redor; Coisas simples, mas que talvez por serem simples, nós, infelizmente, não damos a importância devida. 



Sobre a diagramação e as aquarelas do livro, nem é preciso falar nada, né? São extremamente bem feitas e lindas. Aliás, todas elas foram feitas pelo próprio autor do livro e são essenciais para melhor entendimento da obra, alem de deixar a narrativa muito mais prazerosa de se acompanhar. Cada uma delas é ainda mais apaixonante do que a outra, e isso torna o livro ainda mais belo.


Deixe-se cativar por esta incrível história, faça as malas e embarque com o pequeno príncipe nesta grande aventura, e verás que ela é diferente de tudo aquilo que você já leu anteriormente. Ela é única. 


Curiosidades:



Antoine-Jean-Baptiste-Marie-Roger Foscolombe de Saint-Exupéry filho do conde e condessa de Foscolombe (29 de junho de 1900, Lyon - 31 de julho de 1944, Mar Mediterrâneo) foi um escritor, ilustrador e piloto da Segunda Guerra Mundial. Suas obras foram caracterizadas por alguns elementos em comum, como a aviação, a guerra. Também escreveu artigos para várias revistas e jornais da França e outros países, sobre muitos assuntos, como a guerra civil espanhola e a ocupação alemã da França. O pequeno príncipe (O Principezinho, em Portugal) (1943), romance de maior sucesso de Saint-Exupéry. Foi escrito durante o exílio nos Estados Unidos, quando fez visitas ao Recife. E para muitos era difícil imaginar que um livro assim pudesse ter sido escrito por um homem como ele.

Comentários
2 Comentários

2 comentários:

  1. Oi!

    Muito interessante as circunstâncias pelas quais você obteve o livro em mãos. Eu li esse livro em pdf, desconfio que foi o que me fez não curtir muito a leitura. Compreendi ser profundo, mas sabe, considero como mais um livro que eu li.
    Parabéns pela resenha!

    Beijão
    Tão doce e tão amarga.



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    Respostas
    1. Oi Thamiris! É verdade, eu adoro quando os livros simplesmente aparecem assim na minha vida, meio que "do nada". Pois é, talvez seja esse um dos motivos pelos quais você não se encantou pelo livro, mas isso ainda d pra mudar, viu? haha.
      Muito obrigada pela visita e volte sempre que quiser, ok? Beijos <3

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